Casos Verídicos – Atitude pro ativa!
- Germano Wasum da Silveira
- 8 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de ago. de 2020
Coisas que aprendemos na prática. Esse foi um dos casos.

Em uma das empresas onde trabalhei, aqui no sul, em julho de 2010, enquanto realizava uma inspeção de rotina na produção me deparei com a seguinte situação. Uma das empilhadeiras que é usada para abastecer o setor com caixas contendo as peças para serem trabalhadas, simplesmente derrapava no chão da fábrica. O operador enquanto tirava duas caixas grandes de peças da pilha, teve que virar todo volante para as rodas ficarem 90° com o deslocamento e inverter o sentido da rotação da tração para conseguir parar a máquina.
Investiguei o que estava acontecendo e mandei que parasse a operação. Durante conversa com o operador e o encarregado descobri que uma soma de fatores contribuíram para aquele quadro de horror. Cinco toneladas praticamente sem controle dentro da empresa. Além disso, descobri que, mais cedo, já havia ocorrido um quase acidente, na curva que leva para o outro pavilhão, quando a empilhadeira derrapou quase saindo do corredor.
Até aquele momento o encarregado apenas havia pedido que o operador diminuísse a velocidade da operação para evitar acidente. E realmente, quando cheguei ao local, ele operava bem devagar. Quase parado apenas usando o giro do motor. Também, se acelerasse as rodas patinavam. Depois de resolver o problema, achei que deveriam ter dado um prêmio para aquele operador, por não ter causado nenhum acidente até aquele momento com aquela condição.
Bom, vamos aos fatos. Tudo começou quando a empilhadeira teve um problema na bomba hidráulica. Manutenção? Fizeram sim! Com tudo, a peça com defeito foi trocada por uma genérica. Nada contra os genéricos, mas tem situações que só o original que resolve. O que falou mais alto, no caso, foi a economia. Fazendo comparação entre as peças, a genérica é de 1/3 do preço da original. Melhorando o ditado: ”o MUITO barato acaba saindo MUITO MAIS caro”. Resultado da economia, a peça trocada não funciona corretamente. Em alguns momentos da operação, a peça vaza um pouco de óleo hidráulico.
Juntado isso ao fato, que o dia em questão foi atípico, muito quente para o inverno gaúcho, muito úmido, era daqueles dias que a água brotava da parede. Misturando o pouco óleo hidráulico da empilhadeira com essa umidade e a poeira do piso, criou-se uma gosma escorregadia no chão. O pneu da empilhadeira já estava impregnado com aquela mistura não dando condições para prosseguir a operação.
O que fazer? Ninguém havia pensado nisso ainda. Então, localizei o pessoal de limpeza e mandei lavar o piso da fábrica com desengraxaste e pedi para o operador levar a empilhadeira para lavar os pneus com água quente. Sorte, que tudo aconteceu bem perto da hora da janta, deu tempo de passarem a máquina para limpar o piso e quando retornaram do intervalo, tudo estava limpo e seco. E a operação retornou novamente a normalidade!
Minha surpresa foi, no dia seguinte, o gerente de produção da empresa veio me elogiar pela atitude pro ativa. Por ter resolvido os dois problemas, o da segurança e o da produção. Do momento do primeiro incidente até a solução do problema haviam reduzido a produção consideravelmente. Tanto que no momento que a empilhadeira parou, menos de 5 minutos depois, a produção parou sem abastecimento. Situação que não ocorre com a operação normal.
Uma coisa que eu aprendi no curso técnico e aplico até hoje. É saber que é importantíssimo a segurança, mas nunca devemos esquecer-nos de onde vem o pagamento.
Autor: Germano Wasum da Silveira
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